Publicado em: 24 de setembro de 2023
Olhos novos

Para: domingo, 24 de setembro de 2023
Leia em sua Bíblia: Mateus 20.1-16 

“Ou você está com inveja somente porque fui bom para ele?” (Mt 20.15)

A nossa lógica humana não funciona quando a misericórdia e o amor de Deus se manifestam. O Reino do Céu não obedece às nossas presunções sobre justiça. Jesus deixa isso claro ao contar a parábola dos trabalhadores na plantação de uva. Vários empregados foram contratados. Alguns trabalharam mais dos que os outros, mas receberam o mesmo salário. Aos nossos olhos, no mundo capitalista ou nas relações econômicas na antiguidade, é um absurdo! Como assim? Se eu trabalhei mais, devo receber mais! 

Mas Jesus não está falando de salários justos. Ele fala do Reino do Céu. Ele mostra que neste Reino nós não entramos por mérito, que servir a Deus é, em si mesmo, o presente. Mas em nossa lógica corrompida, que vai contra as coisas de Deus, não admitimos que não merecemos mais. Temos tanta dificuldade em lidar com a misericórdia divina que sempre de novo tentamos ganhar o céu, e ficamos irados quando alguém que parece muito pior do que nós, é recebido no Reino. E, para enxergarmos a loucura da nossa lógica, precisamos ouvir: “Você está com inveja somente porque fui bom?” (Mt 20.15). Precisamos de arrependimento, de um novo olhar, ouvindo de Jesus: “São maus os teus olhos porque eu sou bom?” 

E, então, a realidade do Reino nos impacta. Sim, sou mau. Os meus olhos enxergam apenas o que eu quero, corrompidos. O meu coração, que deveria se alegrar com a salvação do outro, sente inveja. E acordo para o fato de que, se Deus agisse com o meu senso de justiça, ou com o meu imperfeito amor, eu já estaria condenado ao inferno. Mas então, o bom, aquele que ama, me chama de volta para o Reino dele. Jesus, que deu a sua vida para me resgatar da minha inveja, dos meus olhos maus, me faz lembrar que estou no Reino não por minha justiça ou amor, mas por sua graça e bondade. E meus olhos brilham novamente em agradecimento. 

Oremos: Pai, não permitas que a maldade do meu coração me domine. Lembra-me sempre da tua compaixão e amor. Amém.