Como explicar Gênesis 32.20, onde Jacó lutou com Deus e disse: “Vi a Deus face a face e minha vida foi salva”, e Êxodo 33.11, onde diz: “Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo”, comparados com João 1.18, onde diz: “Ninguém jamais viu a Deus: o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou?” Afinal, Jacó viu a Deus ou não viu?

O princípio fundamental nesta questão é este: Deus é espírito e, como tal, não pode ser visto. É verdade, no entanto, que, em certos episódios bíblicos, para confirmar a sua existência, Deus se revelou visivelmente a seus filhos, assumindo formas especiais e revelando alguns reflexos de sua glória, para tornar a sua presença inquestionável. Isso ele fez em beneficio de seus filhos. E, ao verem essas manifestações visíveis de Deus, os homens disseram que “viram a Deus”. É o caso de Jacó. Jacó não viu o todo poderoso Espírito, mas somente uma manifestação que, nessa ocasião, Deus houve por bem revelar. E isso deu a Jacó o direito de dizer que “viu a Deus”, assim como nos, por exemplo, dizemos que vemos a eletricidade, quando um raio corta o céu. Nessa circunstancia, não vemos o misterioso poder da eletricidade, mas apenas indícios de sua existência.