Publicado em: 09 de abril de 2017
Bullying com Deus

Para: Domingo, 09 de abril de 2017 – Domingo de Ramos

Texto: Marcos 15.16-20

“Depois vestiram em Jesus uma capa vermelha e puseram na cabeça dele uma coroa feita de ramos cheios de espinhos” (Mc 15.17).

Rir é muito bom! Dar uma boa gargalhada faz o corpo e a mente relaxarem. Em um dia tenso, com muitas reuniões, decisões difíceis, trabalho duro em casa e o cotidiano muitas vezes árido da vida, é muito bom ouvir uma história engraçada e rir. No entanto, ninguém gosta de ser o motivo das piadas.

O evangelista Marcos conta sobre gargalhadas e risos em uma cena terrível. Jesus Cristo, preso, é rodeado por soldados, uma tropa inteira. “Depois vestiram em Jesus uma capa vermelha e puseram na cabeça dele uma coroa feita de ramos cheios de espinhos” (Mc 15.17). Não era um momento bonito de se ver. Jesus havia sido traído por alguém muito próximo, seus discípulos amedrontados o abandonaram e as pessoas diziam mentiras sobre ele, querendo condená-lo. E ele ouviu a sentença: condenado à morte. A partir daí, cuspiram nele, cobriram o seu rosto esbofeteando-o enquanto brincavam sadicamente: “Que foi que bateu em você? Adivinhe?” (Mc 14.65).

Depois de ser chicoteado, com a coroa de espinhos na cabeça, vestido para parecer um rei, ouve novamente o escárnio: “Viva o Rei dos Judeus!”, enquanto recebia mais cusparadas. Dá para imaginar os risos, os gritos de satisfação, a alegria incontida que revela quem é o ser humano, quem sou eu: alguém capaz de alegrar-se com o sofrimento do outro, com a maldade, com a vingança, com sangue.

Mas Jesus é Deus. Ele sofre tudo isso por amor aos soldados, por amor a todas as pessoas, por amor aos maus, por mim. Os risos e escárnio ainda ressoam na maldade e descrença humanas. Mas o riso da ressurreição vence. Nos vence. Nos ganha para um novo reino, de justiça, de gargalhadas em santidade, de riso que dura pois celebra a vida.

Oremos: Jesus, perdoa-me por meu riso mal que revela meu desamor ao outro e a ti. Dá-me a alegria da tua salvação e o riso sem culpa. Amém.