O cristão e a guerra.

O CRISTÃO E A GUERRA

INTRODUÇÃO
– 3 diferentes posições em relação ao assunto: ativismo, pacifismo, seletivismo.

ATIVISMO
– “O cristão é obrigado, pelo seu dever de obedecer ao seu governo, de participar de todas as guerras”.
– Problema: no caso de guerras claramente injustas, sendo promovidas por motivações ímpias, pode o cristão simplesmente apelar para a obediência ao governo? (Cf. Amós 1.2-15 – a ira de Deus sobre nações que agiram com crueldade contra outros povos)

PACIFISMO
– “Nunca é certo participar de guerras”.
– Argumento: “Não matarás”; filhos de Deus não devem reagir ao mal com o mal; guerras resultam em grandes males e causam mais guerras.
– Problema: as guerras relatadas na Bíblia, em que o povo de Deus participou, com a bênção de Deus; o poder dado por Deus à autoridade, de “usar a espada” (Rm 13.4)

SELETIVISMO
– Algumas guerras são justificáveis; mesmo o cristão poderia participar delas, sem estar pecando. Outras não se justificam e o cristão deveria agir com sua consciência e não participar dela, assumindo as conseqüências de seu ato.
– Nem sempre se deve obedecer à autoridade (Dn 3; Dn 6; At 4.18-20; 5.27-29; Ex 1.17,19-21).
– Em alguns casos Deus mesmo ordenou a guerra, contra povos ímpios (Dt 20.16,17) e deu auxílio ao seu povo na guerra (2 Cr 13.15,16).
– É certo que Deus deu à autoridade poder para tirar a vida de pessoas merecedoras de castigo (Gn 9.6; Ex 21.26; Rm 13.4).
– Jesus falou da necessidade dos discípulos terem uma espada (Lc 23.36), não para uma batalha espiritual, mas para proteção da vida física.
– É certo o uso da força para proteção de inocentes (Gn 14.1-17; 1 Sm 23.1,2; At 22.25-29).
– Mesmo em uma guerra justa, o indivíduo será culpado de assassinato se matar por um desejo pessoal, por ódio, vingança, etc.
– Pode uma guerra atômica ser moralmente justa? “O seletivismo aplica-se somente à guerra limitada que visa libertar um povo da agressão maligna e conservar uma comunidade que progrida depois da guerra” (N. Geisler, Ética Cristã, 151).

PRINCÍPIOS ÉTICOS
– Algumas perguntas que têm de ser respondidas para se verificar se uma guerra é justa:
1) A guerra acontece sob a ordem de autoridade legítima?
2) Está sendo conduzida dentro de padrões aceitos internacionalmente?
3) Está acontecendo para resgatar direitos que foram violados?
4) Todos os meios pacíficos para resolver o problema foram exauridos?
5) A destruição causada será excessiva comparando-se aos objetivos a serem alcançados?
6) Está ocorrendo com base em intenções justas ou por propósito de agressão?
7) Os resultados trarão maior oportunidade para justiça e liberdade do que se não houver aquela guerra?
(Retirado de: Guidelines for Crucial Issues in Christian Citizenship [Orientações sobre Questões Críticas na Cidadania do Cristão]; Comissão de Teologia e Relações Eclesiais, da LC-MS, 1968)

CONCLUSÃO
– o cristão precisa decidir responsavelmente, perante Deus, diante da possibilidade de uma guerra. Sabe que cada guerra é uma conseqüência do pecado no mundo, que aponta para o fim total que um dia virá (Mt 24.6-8). Mas, em todo o tempo sua atitude será de orar para que haja paz (Jr 29.7; 1 Tm 2.1,2) e para que o Evangelho possa ser anunciado, a fim de que as pessoas tenham paz com Deus, por meio de Cristo, e vivam em amor a Ele e ao próximo.