Existe uma passagem bíblica que declare pecaminosa a relação sexual do casamento?

Não, não existe nenhuma passagem bíblica que diga explicitamente, com todas as palavras, que a relação sexual entre solteiros que se amam seja pecado. Existem, no entanto, textos bíblicos que levam a esta conclusão de forma bem clara. E estes textos, analisamos abaixo: Gênesis 2.24: “Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” – Nesse texto, é dito: 1 – Que o homem deixa pai e mãe, ou seja, a família de origem! Isto vem antes de 2 – Que os dois se tornam uma só carne! Isto é a relação íntima do casamento. Segundo este texto, Deus previu o casamento como um acontecimento anterior à relação sexual. 1 Coríntios 7.2, 8 e 9: “Mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa e cada uma o seu próprio marido… E aos solteiros e viúvos…caso não dominem,…que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado.” Nesse texto, fica claro que o apóstolo Paulo entende como “impureza” a relação entre pessoas não casadas e que, por isso, ele recomenda o casamento para quem não se pode dominar neste aspecto. Deuteronômio 22.28 e 29:” Se um homem achar moça virgem, que não esta desposada, e pegar nela, e se deitar com ela, e forem apanhados, então o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cinqüenta siclos de prata; e uma vez que a humilhou, lhe por mulher; não poderá mandá-la embora durante a sua vida.” Embora a relação citada neste texto não seja a relação idílica do amor, ele deixa claro que a relação sexual implica a união em condição vitalícia ( “não poderá mandá-la embora durante sua vida” ), além de ser merecedora de castigo ( multa de “cinqüenta siclos de prata” ), a serem pagos ao pai da moça, o que indica que a relação, nessas condições, era considerada contrária a lei. Se fosse aprovada pela lei, não precisaria ser reparada pelo pagamento da multa. Portanto, segundo esses textos e a visão global de o Antigo e o Novo Testamento têm do casamento, fica claro que o “deixar pai e mãe” e a relação sexual que segue são os elementos que tornam um homem e uma mulher, marido e esposa. Ou seja: a relação sexual é um elemento que estabelece compromisso marital entre os dois. Amor e consentimento mútuo, portanto, não são os únicos elementos a viabilizar uma união sexual, porque quando o compromisso de marido e esposa, e o “deixar pai e mãe” – deixar a família de origem – não podem ser expressos, não deve haver relação sexual. Com esse conceito bíblico do “uma só carne”, se vê que a Bíblia não entende a relação sexual apenas como uma fonte de prazer e manifestação de amor, mas também como o compromisso vitalício do próprio casamento. Sem esse compromisso, as relações sexuais não são legítimas. E é por isso que a igreja, através dos séculos, vê o casamento como o único estado em que esse compromisso, além do prazer e do amor, pode ser exercido e desfrutado legitimamente.