Batismo só de adultos, ou de crianças também?

BATISMO SÓ DE ADULTOS, OU DE CRIANÇAS TAMBÉM?

a) A ordem de Jesus foi: “Ide portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). A expressão “todas as nações” é de absoluta abrangência e universalidade. Isto que dizer que ela inclui todos os seres humanos independentemente de sua idade, sexo, raça, cor ou condição social. Desde que a expressão de Jesus, que ordena o batismo não exclui ninguém, nós homens não temos o direito de excluir crianças do batismo.
At 16.15, 31 e 18.8 são textos que se referem ao batismo de pessoas de “toda a sua casa”. Ora, a expressão “toda a sua casa”, como a expressão “todas as nações”, é abrangente e universal: Ela não exclui ninguém. “Toda a casa” significa todas as pessoas que moram na casa, homens, mulheres, filhos e empregados. É verdade que em nenhum desses textos é dito haver crianças nas respectivas casas. Mas também é verdade que nenhum desses textos dizem que não havia crianças. Se, pois, não temos base para afirmar que nesses casos não havia crianças, também não temos base para afirmar que crianças estão excluídas.
b) Jesus disse: “Quem, não crer será condenado” (Mc 16.16). Se, pois, dissermos que crianças não podem crer e por isso não devem ser batizadas, então temos que admitir também que elas serão condenadas se morrerem antes da suposta idade em que têm capacidade para crer.
Partindo do princípio de que Jesus disse: “Esses pequeninos que crêem em mim” (Mt 18.6), e: “Deixai vir os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus” (Mt 19.14), e: “Da boca de pequeninas crianças de peito tiraste perfeito louvor” (Mt 21.16), temos que concluir que a fé não é privilégio de pessoas adultas. Se cremos que a fé é obra de Deus (Ef 2.8), não temos o direito de limitar o poder de Deus, dizendo que certas pessoas, neste caso, crianças, não podem crer. Aliás, dizer: “crianças não podem crer” é partir de uma premissa errada. Adultos também não podem crer! Alguém só pode crer por obra do Espírito Santo! E o poder do Espírito Santo não pode ser limitado.
Se Deus pode operar a fé num adulto, com um passado cheio de pecados e de rebeldias contra ele, como negar que ele possa operar a fé também em crianças através do batismo? Se Deus pode conservar a fé de um cristão em meio às tentações do mundo, ou enquanto o cristão está dormindo, ou ainda, quando o cristão está em estado de coma, como duvidar do poder de Deus em operar pelo batismo a fé em uma criança? O batismo não é um ato dos homens, mas é um ato de Deus, e como tal, deve merecer confiança irrestrita.
c) No Antigo Testamento a circuncisão, aplicada no oitavo dia de vida, era o meio pelo qual os meninos eram recebidos como membros do povo de Deus, ou seja, como membros da “igreja de Deus”. Se a circuncisão, que era um ato da Lei, tinha este poder no Antigo Testamento, por que negar ao batismo, que é um ato do Evangelho, o mesmo poder na era do Novo Testamento?

Paulo Kerte Jung, pastor

BATISMO
BATISMO POR IMERSÃO OU ASPERSÃO
a) A Igreja Luterana aceita como válida qualquer forma de batismo: Imersão, ou aspersão, desde que sejam praticadas com água. Fundamento: A palavra grega “batitzein”, que em português é traduzida por “batizar”, significa: Lavar, regar, aspergir com água, submergir na água. Portanto, ao usar o termo “batizar sem restringir o seu significado, Jesus também deixou aberta a possibilidade de se usar qualquer forma de batismo, desde que seja com água.
b) Em nenhum texto da Bíblia em que o ato de batismo é descrito, a imersão é explicitamente citada. Nem mesmo o fato de Jesus ter sido batizado no rio Jordão, e de o texto dizer que depois de batizado ele “saiu da água”, implica necessariamente em que o seu batismo tenha sido por imersão. Jesus pode ter saído da água sem ter sido submerso na água. Ainda que Jesus e outros cristãos possam ter sido submersos na água quando foram batizados, isto não é posto como exigência, nem é especificamente mencionado na ordem de Jesus: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os…” (Mt 28.19). Nesta ordem fica claro que o ato de batizar torna discípulo.
Concluímos, pois, que podemos batizar por aspersão com água ou por imersão na água.

Paulo Kerte Jung, pastor
BATISMO
BATISMO EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO, OU SÓ EM NOME DE JESUS OU DE CRISTO?
O batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo foi ordenado por Jesus (Mt 28.19). Não há explicação bíblica para o fato de os apóstolos terem usado formas como: “Em nome de Jesus”, e: “Em nome de Cristo.” Só podemos concluir que qualquer uma dessas formas é correta e bíblica.

Paulo Kerte Jung, pastor
ESTUDO: O que cremos sobre
BATISMO
“Cremos, ensinamos e confessamos que o sacramento do santo Batismo foi ordenado por Jesus como meio da graça pelo qual o Espírito Santo ‘opera a remissão dos pecados, livra da morte e dá a vida eterna a quantos crêem.’1 Pelo Batismo as crianças recebem a fé e se tornam filhos de Deus, e aos adultos o Batismo sela o perdão dos pecados.2 Enquanto alguém permanece na fé, desfruta das bênçãos do Batismo.3 O Batismo deve ser administrado uma vez só, em nome do Deus triúno: Pai, Filho e Espírito Santo.4 Referências bíblicas: Mt 28.19; Tt 3.5; Mc 10.14; Mc 7.4; 16.16; At 22.16. (“Cristo para Todos” – Publicação da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, Maio 1994, p. 13)
1. BATISMO – UM MEIO DA GRAÇA
– Batismo não é invenção humana, mas ordem divina (de Cristo): Mt 28.19; rejeitar o Batismo ordenado por Deus é, pois, rebelar-se contra o próprio Deus (Lc 7.30).
– é “meio da graça” – instrumento determinado por Deus, através do qual Ele age em nós, em Sua graça (= apresenta, oferece e dá o perdão dos pecados)
– “opera a remissão dos pecados, livra da morte e dá a vida eterna” – At 2.38; Tt 3.5; Rm 6.4
– Por isso, não é correta a idéia de que o Batismo seja um ato que nós ofereçamos a Deus, como se fosse uma confissão de fé – é um ato que Deus realiza conosco.
– nós não “nos batizamos”, mas “somos batizados” (Deus é quem batiza, através de um instrumento humano – normalmente o ministro da Palavra)

2. A AÇÃO DO BATISMO
– O valor do Batismo não conhece idade – Deus é quem está agindo – Ele age em crianças e adultos – At 2.38,39
– As crianças são batizadas porque:
1) Deus oferece o Batismo sem colocar restrições de idade;
2) crianças têm pecado (Sl 51.5; Jo 3.6);
3) O Batismo não depende da nossa fé para ter valor, mas ele próprio opera a fé em nós (Tt 3.5; 1 Pe 3.20; Gl 3.26,27);
4) O Batismo está ligado à fé e crianças podem crer em Cristo tanto quanto adultos (Mc 10.14,15; Mt 18.2,6)
– adultos ainda não batizados devem vir a ser batizados; neste caso, são primeiro instruídos quanto às partes principais da fé cristã – At 9.35-38

3. O PROVEITO DO BATISMO
– O Batismo não é algo isolado da vida cristã – anda lado a lado com a instrução na Palavra de Deus, não importando se aconteceu na infância ou em idade adulta – Mt 28.19,20; At 2.39-42.
– O Batismo sempre tem valor, mas a falta de fé em Cristo faz com que a pessoa perca este valor – Mc 16.16; Hb 11.6.

4. BATISMO – ATO DIVINO ÚNICO
– O Batismo pertence a Deus, não aos homens
– É imprópria a atitude de alguém ser batizado mais de uma vez (por passar de uma religião cristã para outra) – o Batismo não é da Igreja – é de Deus – há um só Batismo (Ef 4.5)
– Diferente será se uma pessoa tiver sido batizada de forma errada (sem água, sem a Palavra de Deus, em uma Igreja que não confessa o Deus Triúno) – deve ser batizada conforme Cristo ordenou.